Resenha: As cinco pessoas que você encontra no céu - Mitch Albom




Eu pensei em nunca resenhar esse livro, porque para mim nenhuma palavra pode descrever a mensagem desse livro. Quando eu pesquisei o enredo antes de comprar, li muitas vezes o slogan " essa é uma história para todos nós!" e eu pensei: "Como a história da vida de um senhor de 83 anos que morre no dia do seu aniversário pode me tocar a ponto de a história dele ser feita para mim, como o slogan dizia?" E acredite, esse livro foi feito para você. Para mim. Para todos.
Esse senhor que morre no dia do seu 83º aniversário é um veterano de guerra, que trabalha a vida inteira em um parque de diversões, seu nome é Eddie. Ainda que seu trabalho o obrigue a estar cercado de juventude e diversão, ele é um velho amargurado, cheio de arrependimentos e feridas emocionais e físicas acumuladas ao longo da vida.
Um fato curiosíssimo e digno de nota, é que sua história começa pelo fim. Sim, o primeiro capítulo se intitula FIM e durante a leitura há uma contagem regressiva que deixa o leitor muito impotente, pois o fim deste senhor é iminente. Eddie more num acidente no parque ao tentar salvar uma garotinha. Outro detalhe, é que mesmo que sua história seja cheia de fracassos pessoais, o leitor acaba idolatrando e admirando a vida do personagem.
Depois que Eddie morre, ele encontra cinco pessoas que participaram direta ou indiretamente em sua trajetória para que expliquem porque Eddie viveu e morreu daquela maneira. Tudo tem um porquê, tudo tem um timing que muda destinos, e uma vida muda a outra... e é tudo muito lindo de se conhecer. Eddie tem uma paixão que floresce na adolescência, não, paixão não. Eddie tem certeza que a menina com quem ele dança naquele mesmo parque que vai ser palco da sua vida, é a mulher com quem vai se casar. Ele tem certeza disso. E o leitor não consegue sentir essa certeza, ou presunção, nós sentimos inveja, e nos sentimos apaixonados pelo amor deles.
Mas vida não é um enredo com roteiro e final feliz. A vida é fugaz, e não dá para ser feliz apenas no final. Acho que o livro passa uma lição tão universal que irá tocar cada leitor de uma forma diferente. O livro desperta algo no nosso interior que muda nosso olhar sobre as nossas irrealizações. Apesar de uma estante lotada, e um história de clássicos na leitura, eu posso dizer com convicção que eu nunca esquecerei este livro, e que foi o melhor livro que eu já li.
Eu encontrei esse livro numa loja, e durante um mês ele ficou ali sem que ninguém o comprasse apesar de custar muito pouco. Foi assim que eu soube que havia algo de especial nele, foi assim que eu soube que mesmo depois de um mês; aquele livro tinha que ser meu.
E agora, tem um exemplar esperando para ser seu também.

Por: Thayane Gaspar

3 comentários:

  1. Que lindo a história, nunca tinha ouvido falar nesse livro, mas a história parece ser muito comovente...

    Beijos

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  2. Thayane, o livro me parece repleto de uma sensibilidade e de uma realidade incríveis!
    Sua resenha mostrou o quanto a leitura te tocou, e fiquei curiosa para fazê-la.
    Beijos!

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  3. Amo esse livro também... e juntamente com Sociedade dos Poetas Mortos é o melhor filme que já vi e livro que já li, sem falar, e isso é importante, que o filme é extremamente fiel ao livro, com uma ou duas passagens do livro que no aparecem no filme, de resto, até mesmo as falas, as palavras, são as mesmas, raridade no cinema! Já olhei o filme e li o livro várias vezes e considero impossível não se emocionar em todas elas, mesmo quando estou passando para meus alunos de EM, porque ele nos depara com algumas verdades e questionamentos sobre nossa própria vida, nosso próprio existir, e principalmente, nossas escolhas e crenças... que ainda que não percebamos, constroem diariamente quem somos e quais caminhos seguiremos em nossa vida, quais rumos ela irá tomar, além da importância de cada um, ainda que "invisível" para a vida de tantas outras pessoas, afinal uma vida afeta outra vida, que afeta outra, que afeta outra...

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